TCU coloca Previ em risco 

O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil está em risco. O relatório de avaliação preliminar elaborado a pedido do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre o resultado do Plano 1 e a governança da Previ, em andamento desde fevereiro, foi convertida em auditoria plena. A movimentação gera uma série de suspeitas sobre a instrumentação da Corte. 

A decisão do ministro do Walton Alencar Rodrigues desconsidera todos os pontos levantados no relatório preliminar, solicitado pelo próprio, sem a base técnica, gerando um novo evento midiático e atacando o movimento sindical ao discordar da nomeação do presidente da entidade, João Fukunaga, apontando falta de preparo para assumir o cargo. 

Não para por aí. O ministro também falou sobre a estratégia de investimentos de um dos maiores fundos de pensão da América Latina, sem apresentar nenhuma prova. O levantamento, feito com base em 2.113 documentos enviados pela Previ, mostra que os investimentos estão alinhados às políticas de investimentos e em conformidade com a resolução do CMN (Conselho Monetário Nacional), sem ultrapassar os limites de alocação de recursos. 

Além disso, a AudBancos – entidade auditora do TCU – também chegou a verificar que, entre 2023 e 2024, não houve mudança abrupta nas estratégias de investimento do fundo, além de atribuir o déficit do ano passado à conjuntura econômica adversa e não a desvios de conduta. 

A análise de advogados mostra que a decisão do ministro extrapola o diagnóstico técnico e toma hipóteses como verdades. Lembrando que as auditorias são importantes e necessárias para assegurar a qualidade dos fundos e de todo o sistema, ajudam também a promover transparência e integridade.