Informalidade, o retrato do Brasil
Entre os mais de 100 milhões de brasileiros ocupados, 40,7% estão na informalidade e o salário médio de R$ 2.890,00 não cobre nem sequer o básico para uma vida digna. O peso das desigualdades é sentido com maior força entre os jovens: mais de 10 milhões de pessoas entre 14 e 29 anos estavam fora do mercado de trabalho e das salas de aula em 2023, consequência direta da falta de políticas que articulem educação e geração de emprego.
Por Camilly Oliveira
O estudo do IBGE, Síntese de Indicadores Sociais – Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira expõe com clareza as feridas abertas no mercado de trabalho brasileiro.
Fruto de anos de políticas neoliberais que ampliaram desigualdades e enfraqueceram os direitos trabalhistas, o cenário revela uma estrutura na qual a força de trabalho é explorada, enquanto o capital segue intocado.
Mesmo com os avanços recentes do governo Lula, que retomou a valorização do salário mínimo, impulsionou o consumo interno e externo, ainda estão em alta a informalidade, os baixos salários e a exclusão da juventude.
Entre os mais de 100 milhões de brasileiros ocupados, 40,7% estão na informalidade e o salário médio de R$ 2.890,00 não cobre nem sequer o básico para uma vida digna. O peso das desigualdades é sentido com maior força entre os jovens: mais de 10 milhões de pessoas entre 14 e 29 anos estavam fora do mercado de trabalho e das salas de aula em 2023, consequência direta da falta de políticas que articulem educação e geração de emprego.
A reversão deste quadro exige um projeto nacional ousado, ancorado na democracia social, no fortalecimento da ciência e tecnologia e na valorização do trabalhador. Sem medidas estruturais e uma mobilização social que confronte o modelo atual, o Brasil continuará refém de um sistema que perpetua a exclusão.