Barreiras raciais no mercado de trabalho 

Os dados escancaram o quanto o racismo estrutural coloca a população negra à margem da sociedade. Entre os brasileiros desempregados no ano passado, 65,1% eram pretos ou pardos, aponta relatório do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Por Rose Lima

O mercado de trabalho brasileiro é espaço de reprodução da desigualdade racial. Aos negros, tudo é mais difícil. Seja o sonhado emprego com carteira assinada ou a ascensão na carreira. A mulher negra enfrenta ainda uma outra barreira além da raça: o gênero.


Os dados escancaram o quanto o racismo estrutural coloca a população negra à margem da sociedade. Entre os brasileiros desempregados no ano passado, 65,1% eram pretos ou pardos, aponta relatório do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).


Entre os que tinham trabalho, quase metade (46%) estava em trabalho precário, sem proteção. Entre os não negros, a proporção era de 34%.  Dificuldade também para aqueles que tentam a sorte abrindo o próprio negócio. Estudo do RD Station, Inventivos e do Movimento Black Money aponta que 40% dos adultos pretos ou pardos no Brasil empreendem. Nem sempre porque querem.


A maioria (52%) é mulher. Os dados revelam ainda que 59,2% enfrentam dificuldades para tornar a empresa financeiramente sustentável. As principais barreiras são a restrição no acesso ao crédito, desigualdade na renda e a informalidade.