Metas abusivas no centro dos debates

Prova do descaso dos bancos com a saúde da categoria é que 40,4% dos funcionários foram trabalhar mesmo com atestado médico recomendando afastamento para tratamento. Além disso, o principal motivo declarado para buscar assistência médica foi o trabalho (54,5%), indicando uma medicalização do sofrimento trabalho, o que pode causar graves danos à saúde.

Por Renata Andrade

Não é de hoje que o movimento sindical alerta para os problemas o que afetam a saúde dos bancários por conta da cobrança excessiva de metas. A busca por aumento da lucratividade no sistema financeiro penaliza os empregados no dia a dia com maior ritmo de trabalho e mais pressão por resultados. 


Prova do descaso dos bancos com a saúde da categoria é que 40,4% dos funcionários foram trabalhar mesmo com atestado médico recomendando afastamento para tratamento. Além disso, o principal motivo declarado para buscar assistência médica foi o trabalho (54,5%), indicando uma medicalização do sofrimento trabalho, o que pode causar graves danos à saúde.


Os resultados da pesquisa “Avaliação dos Modelos de Gestão e das Patologias do Trabalho Bancário”, encomendada pela categoria ao UNB (Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília) apontaram que 40,2% declararam estar em acompanhamento psiquiátrico, sendo que destes 91,5% utilizam medicações prescritas pelo psiquiatra. Os dados foram apresentados no 34º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil.


Respondido por cerca de 5 mil bancários, o levantamento também apontou que 76,5% declararam ter tido, pelo menos, um problema de saúde que considera relacionado ao trabalho no último ano. Para piorar, 59,7% responderam que estão em acompanhamento médico com outras especialidades. Triste realidade.