Santander prioriza o lucro e despreza o social

O Santander propõe a transformação das agências em simples lojas, a fim de retirar ainda mais as responsabilidades sociais que os bancos deveriam ter, mas não têm. Inclusive, tendo como alvo os direitos e conquistas dos bancários, fruto de anos de luta. 

Por William Oliveira

Em mais uma tentativa de desumanização, o presidente do Santander, Mario Leão, lança um ataque às estruturas fundamentais do banco, desconsiderando os próprios lucros exorbitantes, com planos de precarização que atingem diretamente os funcionários e sinaliza mudança radical na essência da instituição financeira.


Ele propõe a transformação das agências em simples lojas, a fim de retirar ainda mais as responsabilidades sociais que os bancos deveriam ter, mas não têm. Inclusive, tendo como alvo os direitos e conquistas dos bancários, fruto de anos de luta. 


Esta abordagem levanta dúvidas sobre a concessão pública que legitima a atuação do Santander. Até porque, o banco não está disposto a abrir mão dos privilégios concedidos, como o spread bancário e isenções fiscais, ao querer operar como comercio, embora seja uma bancária. 


Enquanto ostenta um lucro superior a R$ 9 bilhões em 2023, o presidente do Santander insiste em fechar agências, diminuir o atendimento presencial e regionalizar as carteiras, comprometendo a estabilidade dos funcionários. 


Em apenas dois anos, o Santander reduziu sua rede de agências em quase 20%, o que evidencia a falta de comprometimento com os empregos e o desrespeito aos clientes.


A declaração absurda de Mário Leão deixa clara a priorização desmedida do lucro, ignorando qualquer resquício de responsabilidade com a sociedade. Ao chamar a agência de loja, ele minimiza o papel social do banco, que é, afinal, uma concessão pública. Esquece que a missão de um banco vai além do simples comércio, influenciando diretamente a vida financeira de milhões de brasileiros.