Encontro com Fidel Castro - 2
No artigo, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ, Álvaro Gomes, recorda o Encontro de Fidel Castro com representantes e ativistas do movimento brasileiro de solidariedade a Cuba, construído no Sindicato dos Bancários da Bahia, em 1993.
O encontro dos movimentos sociais e ativistas do movimento brasileiro de solidariedade a Cuba com Fidel Castro em Salvador, em 18/07/1993, foi muito importante e representativo. Lá se encontravam diversas personalidades progressistas da Bahia e do Brasil. Na ocasião, entregamos a Fidel uma revista que fizemos com o título “CUBA, Ilha da Resistência”, com vários artigos curtos relatando as nossas impressões sobre o país. O prefácio foi de Jorge Ferreira, conselheiro político da embaixada de Cuba.
Na época em que estivemos em CUBA, em viagem de solidariedade da Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre 19 e 29 de outubro de 1991, a convite da Central de Trabalhadores Cubanos e do governo, observamos a situação do país diante da ofensiva do capital. A delegação era composta de 34 sindicalistas de todo o Brasil. A Bahia foi representada por mim, único do estado presente na atividade internacional.
Chegando lá, ficava evidente a olho nu, as dificuldades do povo. Foi um dos momentos mais difíceis da Ilha depois da Revolução Socialista de 1959. A população enfrentava escassez até de alimentos. Confesso que fiquei triste com a situação, mas percebi a vitalidade da consciência de classe no olhar de cada um, no jeito de falar, na consistência dos argumentos, na transparência do governo acerca do cenário, na convicção da população de que a solidariedade e a justiça social são valores fundamentais.
Ao retornar ao Brasil, muitas pessoas perguntavam quanto tempo Cuba iria resistir. Nesta época foi quando estava em curso uma ofensiva capitalista, que culminou no denominado fim do “socialismo real”, simbolizado pela queda do Muro de Berlin, em 1989. Muitos países deixando de ser socialista e optando pelo capitalismo.
Existia uma ideia de muitos setores de que que ao deixar de receber apoio da União Soviética, Cuba não resistiria por muito tempo. Eu respondia: vai resistir! Acertei na resposta. São 34 anos dessa viagem e Cuba continua firme em defesa dos princípios socialistas.
Na época, escrevi sobre os diversos temas de forma bem simples, expressando a verdade sobre o país que continua perseguido pela maior potência econômica e militar do mundo, os EUA, que espalham violência pelo planeta, enquanto Cuba semeia paz e justiça social. Senti verdade, liberdade, democracia espalhada pela Ilha da Resistência. Continuarei no próximo artigo.
*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ