Salvador e o preço da marginalização

Quase metade da população de Salvador vive em favelas, ou seja, 1 milhão de pessoas que representam 42% dos moradores, segundo o Censo de 2022.  Os dados evidenciam a brutal desigualdade de uma cidade marcada como primeira capital do Brasil e maior reduto negro fora da África. 

Por Camilly Oliveira

Consideradas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) como soluções populares criadas diante da ausência de políticas públicas, as favelas são o retrato de um Estado que prioriza o lucro em detrimento da vida. A exclusão social e racial destas áreas não é meramente acidental, mas consequência direta de escolhas políticas que favorecem as elites enquanto condenam a maioria negra a viver à margem.


Quase metade da população de Salvador vive em favelas, ou seja, 1 milhão de pessoas que representam 42% dos moradores, segundo o Censo de 2022.  Os dados evidenciam a brutal desigualdade de uma cidade marcada como primeira capital do Brasil e maior reduto negro fora da África. 


O cenário é preocupante em cidade como Ilhéus, Laura de Freitas e Camaçari, nas quais altas proporções de moradores vivem em condições precárias, sem saneamento básico, como acesso a água potável, coleta e tratamento de esgoto. 


Em Ilhéus, 36% da população estão em comunidades, enquanto em Lauro de Freitas e Camaçari, 20% enfrentam a mesma situação.