Crise climática e o fim da promessa de uma vida centenária

As promessas de avanços médicos garantindo uma vida centenária para as próximas gerações estão longe de se concretizar, especialmente em um mundo marcado pela desigualdade e pela inação política frente à crise climática. O cenário de hoje, no qual milhões de crianças nascem em meio ao aumento de doenças crônicas, à poluição desenfreada e à precarização da saúde pública, torna improvável que a maioria delas alcance os 100 anos.

Por Camilly Oliveira

As promessas de avanços médicos garantindo uma vida centenária para as próximas gerações estão longe de se concretizar, especialmente em um mundo marcado pela desigualdade e pela inação política frente à crise climática. O cenário de hoje, no qual milhões de crianças nascem em meio ao aumento de doenças crônicas, à poluição desenfreada e à precarização da saúde pública, torna improvável que a maioria delas alcance os 100 anos.

 


O gerontologista Jay Olshansky confirma esta dura realidade, revelando que a longevidade não é garantida apenas pela medicina, mas também pelas políticas que moldam as condições de vida da população. 

 


Segundo o estudo publicado na Nature Aging, as chances de crianças nascidas em 2019 atingirem esta marca são mínimas. Apenas 5,1% das meninas e 1,8% dos meninos de países como Austrália, França e EUA poderão celebrar um século de vida. O envelhecimento biológico e o impacto das doenças modernas, como obesidade e diabetes, continuam sendo barreiras insuperáveis, mostrando que o otimismo sobre a longevidade foi exagerado.

 


A reversão deste cenário exige medidas ousadas. Para garantir uma expectativa de vida saudável, é necessário frear os danos climáticos e investir em tecnologias que priorizem a saúde pública e a sustentabilidade. O problema pode ser retardado, mas apenas se houver uma mobilização política e social em torno de mudanças estruturais que combatam as crises globais e a desigualdade que afetam diretamente as populações mais vulneráveis.