Governo aperta o cerco contra os juros
Segundo o BC, em agosto de 2024, a taxa de juros sobre novas concessões de crédito chegou a 27,7%. Do total, 9,2% se referem ao custo de captação do dinheiro e 18,5% do spread bancário – composto pelos lucros dos bancos e pelos custos de intermediação financeira.
Por Ana Beatriz Leal
Está insustentável manter os juros brasileiros nos níveis atuais. Travam o desenvolvimento, o setor produtivo, o emprego e o crédito. Crítico à política monetária do Banco do Central, o governo federal fecha o cerco contra as taxas exorbitantes e acaba de formalizar um grupo de trabalho para discutir o assunto.
O objetivo é somar as contribuições de várias entidades setoriais, a fim de analisar o cenário estrutural do custo de crédito no país e propor medidas que impliquem na redução das taxas de juros.
Segundo o BC, em agosto de 2024, a taxa de juros sobre novas concessões de crédito chegou a 27,7%. Do total, 9,2% se referem ao custo de captação do dinheiro e 18,5% do spread bancário – composto pelos lucros dos bancos e pelos custos de intermediação financeira.
Além das críticas ao nível da taxa Selic, o governo tem discutido desde o ano passado os motivos pelos quais os empréstimos no Brasil estão tão caros. Em 2023, os debates se voltaram para o rotativo do cartão de crédito. Como resultado, houve a criação de um teto de 100% da dívida para os juros da modalidade.
Além do governo, dos bancos privados e públicos e das centrais sindicais, também participam do GT representantes da Febraban (Federação Nacional dos Bancos), Zetta, ABBC (Associação Brasileira de Bancos), ABIPAG (Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos) e da CNI (Confederação Nacional da Indústria).