Desigualdade ainda assombra as mulheres no Brasil
Nos últimos anos, durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, retrocessos significantes em políticas voltadas para o público feminino, que geram impacto também na garantia de direitos, foram visíveis. É o que constatou o relatório Revisão de Políticas Públicas para Equidade de Gênero e Direitos das Mulheres.
Por Angélica Alves
Mesmo representando a maioria (51,2%) da população brasileira, as mulheres ainda lidam com desigualdades e violências em vários domínios no país, como na participação econômica, diferenças salariais em relação aos homens, educação e até baixa ocupação nos espaços de poder.
Nos últimos anos, durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, retrocessos significantes em políticas voltadas para o público feminino, que geram impacto também na garantia de direitos, foram visíveis. É o que constatou o relatório Revisão de Políticas Públicas para Equidade de Gênero e Direitos das Mulheres.
Entre 2019 e 2022, dos R$ 68,22 milhões liberados para enfrentamento da violência contra a mulher, apenas R$ 35,34 milhões foram usados. Desta forma, no primeiro semestre de 2022, um total de 699 mulheres foram vítimas de feminicídio. Uma média de quatro brasileiras foram mortas por dia. O número é 10,8% maior do que o registrado no mesmo período de 2019.
No quesito diferença salarial, o Brasil ocupa o 117º lugar no ranking Global Gender Report entre 146 países. Na prática, as mulheres recebem 77,7% da renda ganha pelos homens, segundo o estudo da Pnad Contínua. O que demonstra que, apesar dos avanços, ainda há um grande caminho para percorrer para alcançar a igualdade de gênero no país nos mais variados aspectos.