Quando os parceiros são uma ameaça de morte
O estudo, realizado pelo Instituto Patrícia Galvão e pela empresa Consulting do Brasil, revela ainda que seis em cada 10 mulheres ameaçadas romperam com o agressor, após a intimidação. A decisão é mais recorrente entre as negras do que entre as brancas.
Por Ana Beatriz Leal
A vulnerabilidade feminina é comprovada com o dado da pesquisa Medo, ameaça e risco: percepções e vivências das mulheres sobre violência doméstica e feminicídio. Duas em cada 10 mulheres (21%) já foram ameaçadas de morte por parceiros atuais ou ex-parceiros românticos e seis em cada 10 conhecem alguma que vivenciou a situação. Nos dois casos, as negras são as maiores vítimas.
O estudo, realizado pelo Instituto Patrícia Galvão e pela empresa Consulting do Brasil, revela ainda que seis em cada 10 mulheres ameaçadas romperam com o agressor, após a intimidação. A decisão é mais recorrente entre as negras do que entre as brancas.
A impunidade é um fator determinante para que as vítimas não denunciem. Apesar de 44% confirmarem que tiveram medo, somente 30% prestaram queixa à polícia e 17% pediram medida protetiva. A maioria das brasileiras (60%) tem a sensação de que os homens não pagam pelo crime.
Quando se trata da condução das acusações, 80% pensam que a Justiça e as autoridades policiais não encaram as ameaças e denúncias com a seriedade devida. Ser mulher no Brasil é realmente um desafio. Além de ser vítima, muitas vezes tem a queixa invalidada e precisa lidar com a impunidade. Um ciclo que precisa ser rompido.