Proteger o IBGE da milícia virtual

Na época de Bolsonaro (2019-2022), o IBGE foi totalmente desprezado. Houve atrasos no Censo. O ex-presidente e seus apoiadores buscavam minar a credibilidade do instituto com acusações levianas, porque os indicadores apurados sempre desmascaravam o caráter antipopular e elitista do governo. 

Por Camilly Oliveira

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), criado em 1936, fornece dados estatísticos essenciais para o desenvolvimento do país. Hoje, o órgão se encontra no centro de um acirrado debate político, especialmente nas redes sociais. 

 


Na época de Bolsonaro (2019-2022), o IBGE foi totalmente desprezado. Houve atrasos no Censo. O ex-presidente e seus apoiadores buscavam minar a credibilidade do instituto com acusações levianas, porque os indicadores apurados sempre desmascaravam o caráter antipopular e elitista do governo. 

 


Este tipo de retórica tenta enfraquecer uma instituição fundamental para a tomada de decisões políticas, econômicas e sociais preponderantes para a população brasileira.

 


A campanha de desconstrução do IBGE chegou ao ponto de, somente em seis meses deste ano, acumular 326.780 postagens no X (antigo Twiter) atacando o instituto, um aumento de 100% em relação a 2023, fazendo questionamentos especialmente em áreas sensíveis como a inflação. 

 


As dúvidas inventadas pela extrema direita sobre a inflação tem sido o ponto central, chegando ao absurdo de afirmar que o índice oficial, de 4,23% nos últimos 12 meses, não expressar a realidade. Percentual, inclusive, que não diverge de outros índices, como IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) da FGV ou IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe.

 


O IBGE permanece um pilar essencial para o entendimento da realidade nacional e para a formulação de políticas públicas eficazes. Os ataques criminosos apenas reforçam a necessidade de proteger a independência e integridade perante a milícia virtual e as fake news do fascinazismo bolsonarista.