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Dia Mundial da Justiça Social

No artigo, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ, Álvaro Gomes, fala sobre o objetivo do Dia Mundial da Justiça Social.

A ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o 20 de fevereiro como o Dia Mundial da Justiça Social, com o objetivo de marcar o compromisso em promover sistemas econômicos nacionais e globais centrados nos princípios da justiça, da equidade, democracia, participação e inclusão social. A data foi consagrada em 2007 e se constitui em importante oportunidade para uma reflexão sobre a situação do Brasil e do mundo, principalmente relacionada a brutal concentração de renda.


No Brasil, segundo relatório da Oxfam, a distância que nos une, de 2017, apenas 6 brasileiros possuem a mesma riqueza que 100 milhões de pessoas. Isto se constitui em uma das maiores injustiças contra a sociedade. Esta riqueza acumulada não foi fruto do trabalho dos bilionários, boa parte foi oriunda de herança, exploração absurda da força do trabalho e benefícios do estado capitalista na sua fase mais perversa, denominada neoliberalismo.


No mundo, a situação não é muito diferente, ainda de acordo com relatório da Oxfam, à custa de quem? de 2025, os 10 homens mais ricos do mundo detêm uma riqueza hoje seis vezes maior do que 3,1 bilhões de pessoas. E no Brasil, os 20 maiores bilionários tem mais riqueza do que 128 milhões de brasileiros, representando 60 % da população. Ainda segundo o relatório, se qualquer um dos 10 bilionários mais ricos perdessem 99% de sua riqueza, ainda assim continuariam sendo bilionários.


A riqueza, portanto, de um país não significa necessariamente que sua população esteja vivendo em condições de dignidade.  Os Estados Unidos, por exemplo, o país mais rico do mundo, segundo estudo do Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano (HUD) do próprio país, conviveu em 2024 com uma vergonhosa situação de 771.480 pessoas vivendo em condição de rua, um crescimento de 18% com relação a 2023. 


Esta concentração de renda é o retrato cruel da injustiça social que leva o mundo a uma situação insustentável, desemprego, fome, miséria exclusão social, violência entre outras mazelas. A sanha dos bilionários para aumentar ainda mais a riqueza compromete o meio ambiente e até a sobrevivência humana.  


Urge uma mudança radical nesta situação caótica, É preciso respeito aos direitos humanos, a partir do desenvolvimento voltado para o bem-estar da população. O Dia Mundial da Justiça Social é o momento de refletir sobre tudo isto e de falar em alto e bom som Paz Só Com Justiça Social.


*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ