No jogo do algoritmo, quem ganha?
No artigo, a estudante de jornalismo Camilly Oliveira analisa o jogo do algoritmo.
A introdução dos algoritmos nas redes sociais transformou radicalmente a maneira de a sociedade se conectar e comunicar. Desde os feeds personalizados que começaram no Facebook, a interação online é agora mediada por códigos que priorizam o engajamento em detrimento da qualidade do conteúdo.
A mudança abrupta não apenas polarizou opiniões, mas também criou bolhas informativas que suprimem vozes mais moderadas e marginalizadas. O resultado é uma sociedade na qual o sensacionalismo e a desinformação se sobrepõem à diversidade de pensamentos, à ciência e a História, distorcendo a percepção pública e criando um discurso homogêneo.
As tentativas de regulamentação por parte dos governos revelam o dilema profundo, de como equilibrar a liberdade de expressão com a necessidade de proteger os cidadãos da manipulação.
Ao mesmo tempo, por exemplo, a proibição do TikTok nos EUA expõe a fragilidade de um sistema que, por sua própria natureza, é um campo de batalha entre interesses corporativos e direitos individuais.
A verdadeira questão vai além de quem pode falar, é sobre quem pode realmente ser ouvido no cenário dominado por algoritmos.
Para resgatar a ideia original, do espaço digital ser um verdadeiro mercado de ideias, é crucial reavaliar o funcionamento dos algoritmos. No entanto, esta liberdade é ilusória se não abordarmos as raízes do problema que persistem e a manipulação contínua das plataformas.
A grande dúvida é se, nos próximos anos, a sociedade promoverá um diálogo significativo ou se o mundo está fadado a seguir uma narrativa imposta por interesses meramente coorporativos e capitalistas.
* Camilly Oliveira é estudante de jornalismo