Trunfos da democracia
No artigo, o jornalista Rogaciano Medeiros fala que após o Carnaval o foco será a eleição municipal deste ano, que tem o 1º turno marcado para 6 de outubro e o 2º turno para o dia 27 do mesmo mês.
Passado o Carnaval, a eleição municipal deste ano, que tem o 1º turno marcado para 6 de outubro e o 2º turno para o dia 27 do mesmo mês, ganha plena prioridade na agenda política brasileira. O prazo da janela para trocas partidárias, filiação e desincompatibilização encerra em 6 de abril.
O avanço do processo eleitoral ocorre concomitantemente com os desdobramentos das investigações sobre quem mandou matar Marielle e, muito mais grave, da descoberta da tal “Abin paralela”, esquema montado no governo Bolsonaro para espionar ilegalmente adversários e inimigos políticos, ministros do STF, governadores, deputados, senadores, procuradores, jornalistas e até aliados. Um atentado à democracia.
Evidentemente, tais fatos e fatores tendem a criar um clima ainda mais tenso nas eleições municipais, até porque crimes tão graves, entre tantos outros que estão sendo investigados e devem levar muita gente à prisão, atingem diretamente o principal representante político e eleitoral da extrema direita, o ex-presidente Bolsonaro, que mesmo inelegível encarna a maior e principal liderança da oposição fascinazista ao projeto de democracia social pilotado por Lula.
Obviamente, os bolsonaristas, que tanto atacaram as urnas na eleição presidencial de 2022, vão manter a mesma pegada, procurando tumultuar o processo eleitoral através da violência política e muita fake news. O TSE promete agir com rigor. Com o ministro Alexandre de Moraes na presidência do tribunal, espera-se que os abusos sejam punidos.
Logicamente, as forças progressistas vão aproveitar a realidade política favorável, o bom desempenho do governo Lula, as enrascadas criminosas dos bolsonaristas, o desemprego, a fome e o sofrimento que o povo amargou com eles no poder, para impor mais uma derrota nas urnas. Se for acachapante, irrefutável, será o melhor dos mundos.
Nunca é demais repetir que o êxito da democracia social na eleição municipal deste ano será preponderante, decisivo, para em 2026 o campo progressista conquistar de novo a vontade popular e, quem sabe, sepultar de vez o fascinazismo bolsonarista. Na lógica, as forças democráticas têm boas chances de êxito, mas precisa se esforçar para tanto, pois como se diz popularmente, “o jogo é jogado”.
* Rogaciano Medeiros é jornalista, responsável pelo jornal diário O Bancário