Não há diamante grátis
No artigo, o diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ, Álvaro Gomes, aborda os casos de corrupção no governo Bolsonaro, como as jóias recebidas como presente do governo da Arábia Saudita, no valor de R$16,5 milhões, que seria da ex-primeira dama Michele.
O governo Bolsonaro se caracterizou pela destruição, foi responsável por centenas de milhares de mortes durante a pandemia da covid-19, destruiu milhões de empregos decentes favorecendo o emprego informal e precário, destruiu direitos da população, desenvolveu uma politica institucional armamentista e foi marcado pela corrupção, a exemplo das jóias recebidas como presente do governo da Arábia Saudita, no valor de R$16,5 milhões, que seria da ex primeira dama Michele.
O material que estava na mochila de um militar que na época era assessor do ministro Bento Albuquerque foi apreendido no aeroporto de Guarulhos São Paulo, porque não foi declarado. A apreensão ocorreu como ocorre normalmente de forma aleatória. Isso significa que provavelmente outros materiais da comitiva passaram sem ser revistados.
Após este fato, segundo o Estadão do dia 04-03-23 foram feitas 8 tentativas para retirar o material. Se fosse declarado como presente entre governos seria liberado mas o ex ministro Bento Albuquerque argumentou que se tratava de um presente pessoal para a ex primeira dama Michele, nesse caso teria que pagar imposto de 50 % do valor das joias o que ele também não aceitou.
Este episódio das joias é apenas mais um entre dezenas de escândalos de corrupção do governo Bolsonaro a exemplo do orçamento secreto a partir de 2020 envolvendo R$ 30 bilhões, a tentativa da compra da covaxin conforme foi denunciado pela CPI da covid-19 envolvendo recompensas pessoais, os pastores que atuavam no Ministério da Educação que cobravam propinas até em barras de ouro para liberação de verbas, inclusive o ex ministro Milton Ribeiro foi preso em 22/06/22 em função desse esquema.
Em junho de 2019, o avião da comitiva presidencial, em viagem do ex presidente Jair Bolsonaro para a reunião do G-20 no Japão, conduzia 39 Kg de cocaína, demonstrando dessa forma o envolvimento com o tráfico internacional de drogas.
Sabemos que não há almoço grátis, haveria então diamante grátis? Esse presente de R$ 16,5 milhões tem alguma relação com a venda da Refinaria Landulpho Alves,(RLAM) na Bahia vendida aos árabes por US$ 1,6 bilhões, quando era avaliada entre US$ 3 a US$4 bilhões? Urge uma apuração rigorosa pelos órgãos competentes, afinal não existe diamante grátis.
*Álvaro Gomes é diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia e presidente do IAPAZ