Desigualdade à mesa das famílias negras

O grau de insegurança alimentar reduz quando analisados dados de outros grupos. Segundo o IBGE, o índice de famílias com dificuldade para comer cai para 23% quando são lideradas por homens brancos.

Por William Oliveira

No tecido social brasileiro, as mulheres negras chefes de famílias enfrentam dura realidade: a insegurança alimentar. Segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais da metade das famílias (51%) tem dificuldade para fazer as três refeições básicas do dia. Milhões passam fome, literalmente.


No Nordeste, a situação é mais aguda, com 57% das negras chefes de família lutando diariamente para garantir alimentação adequada. Por trás do índice estão fatores estruturais e históricos que perpetuam a desigualdade. 


A diferenciação na renda é apenas um dos aspectos da complexa equação. A ausência de rede de apoio, subempregos, escassez de oportunidades, inclusive de promoção, e a distância dos centros comerciais agravam o cenário.


O grau de insegurança alimentar reduz quando analisados dados de outros grupos. Segundo o IBGE, o índice de famílias com dificuldade para comer cai para 23% quando são lideradas por homens brancos.


Além da escassez, as famílias mais carentes ainda precisam comer alimentos ultraprocessados, devido às difíceis condições de vida, onde o acesso a alimentos frescos e saudáveis é limitado, enquanto os produtos ultraprocessados são mais baratos.