Mercado de trabalho é desigual

As mulheres negras são as mais afetadas, com uma taxa de desemprego de 11,1%. A pandemia só agravou esta disparidade, muitas perderam emprego ou foram forçadas a assumir responsabilidades domésticas, dificultando a reinserção no mercado de trabalho.

Por William Oliveira

Apesar das melhorias no mercado de trabalho em 2023, as mulheres ainda enfrentam obstáculos em sua busca por igualdade. Os dados revelam esta realidade, com taxas de desemprego mais altas, salários inferiores e uma representação desproporcional entre os desempregados, especialmente entre mulheres negras.


Embora a taxa geral de desemprego tenha diminuído, as mulheres ainda sofrem com uma taxa de 9,2%, em comparação com 6% dos homens, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico). 


Esta desigualdade não é apenas econômica, mas também cultural. Preconceitos e discriminação de gênero continuam a dificultar a ascensão das mulheres no mercado de trabalho. O assédio e a dificuldade em conciliar as responsabilidades domésticas com o trabalho profissional são barreiras adicionais que as mulheres enfrentam diariamente.


As mulheres negras são as mais afetadas, com uma taxa de desemprego de 11,1%. A pandemia só agravou esta disparidade, muitas perderam emprego ou foram forçadas a assumir responsabilidades domésticas, dificultando a reinserção no mercado de trabalho.


Mesmo quando empregadas, as mulheres enfrentam salários menores. O rendimento médio é 22,3% menor do que o dos homens. A disparidade persiste em todos os níveis de ocupação, inclusive em cargos de gerência e direção, nos quais as mulheres recebem 29,5% menos do que os homens.


Enquanto o governo Lula avança com leis de igualdade salarial, ainda há um longo caminho a percorrer para alcançar verdadeira igualdade de gênero no mercado de trabalho.