Trabalho escravo. Chaga social persiste

Com uma média de nove pessoas resgatadas por dia, o Brasil testemunhou um total de 3.240 flagrantes em 2023, o mais alto em 15 anos, segundo dados do Painel Radar Sit. Este aumento drástico de 25% em relação ao ano anterior é resultado do aumento da fiscalização no governo Lula. 

Por William Oliveira

O mundo precisa superar mazelas do passado e no Brasil a população vulnerável continua a confrontar um problema que marcou tragicamente a história do país: o trabalho escravo. 


Em um país que deveria ser referência de progresso e justiça social, assustam o número de resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão em 2023. 


Com uma média de nove pessoas resgatadas por dia, o Brasil testemunhou um total de 3.240 flagrantes em 2023, o mais alto em 15 anos, segundo dados do Painel Radar Sit. Este aumento drástico de 25% em relação ao ano anterior é resultado do aumento da fiscalização no governo Lula. 


Analisando os dados detalhadamente, é evidente que nenhuma região do país está imune a esta atrocidade. Do Sudeste ao Norte, do Centro-Oeste ao Sul, o trabalho escravo está enraizado em todas as partes do Brasil. Os números não mentem: 1,1 mil pessoas resgatadas apenas na região Sudeste e um total de 820 resgates tanto no Centro-Oeste quanto no Nordeste.


O setor agrícola, particularmente o cultivo de café, é apontado como um dos principais culpados. Com mais de R$ 13,3 milhões em verbas rescisórias pendentes, é evidente que a Justiça tem um longo caminho a percorrer para compensar as vítimas e punir os criminosos.