Itaú lucra R$ 35,6 bi com imposição de metas abusivas

O balanço bilionário custa caro à maioria dos 73,4 mil funcionários. As metas abusivas, a sobrecarga e o medo da demissão, uma prática comum no banco, destroem a saúde. Entre setembro de 2022 e o mesmo mês de 2023, o Itaú fechou 1.082 postos de trabalho.

Por Redação

A política perversa imposta pelos bancos aos funcionários e clientes rende bons resultados. O Itaú, maior empresa privada do sistema financeiro, obteve lucro líquido de R$ 35,6 bilhões em 2023. Crescimento de 15,7% ante 2022.


O balanço bilionário custa caro à maioria dos 73,4 mil funcionários. As metas abusivas, a sobrecarga e o medo da demissão, uma prática comum no banco, destroem a saúde. Entre setembro de 2022 e o mesmo mês de 2023, o Itaú fechou 1.082 postos de trabalho.


A prática é comum a todos os bancos. Não à toa, os bancários estão entre as categorias que mais se afastam por conta de doença relacionada ao trabalho. Dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) mostram que 42.138 trabalhadores do setor entraram de licença decorrente de doenças relacionadas ao trabalho.


Uma pesquisa feita pelo movimento sindical no ano passado mostra que a preocupação constante com o trabalho afeta 68% dos bancários; 61% sofrem com cansaço e fadiga constantes; 52% se sentem desmotivados e não têm vontade de trabalhar e 46% têm crises de ansiedade/pânico.


Outros dados
De acordo com o banco, o avanço da carteira de crédito e a maior margem com passivos colaboraram para o aumento do lucro. A carteira de crédito total cresceu 3,1% ante 2022, alcançando os R$ 1,17 trilhão.


Já o ROE (Retorno Recorrente sobre o Patrimônio Líquido) médio anualizado ficou em 21%. As receitas de serviços e seguros também dispararam em 2023, puxadas crescimento dos ganhos com cartões. O percentual ficou em 5,3%.