Maioria das greves foi por direitos em 2019

O número de greves no Brasil foi um pouco menor em 2019, mas continuou acima de mil, segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). No total foram 1.118 paralisações. A imensa maioria (921) foi por manutenção de condições ou descumprimento de direitos. 


De acordo com o levantamento, pouco mais da metade das paralisações (566, ou 50,6%) foi no setor público, ante 548 (49%) na iniciativa privada. Uma pequena mudança em relação a 2018, quando, de 1.453 paralisações, 54,4% foram na esfera pública e 45,1% na esfera privada.


Das 566 paralisações no setor público, 523 envolveram o funcionalismo e 43, empresas estatais. No primeiro caso, a maior parte (62,7%) foi em nível municipal, com 34,6% atingindo o funcionalismo estadual. Houve ainda 10 (1,9%) no funcionalismo federal, sendo sete apenas na área da educação.


Entre as reivindicações dos trabalhadores em greve, as mais constantes (37,9%) são por regularização de pagamento de salários, férias, 13º ou vale atrasados. Logo em seguida (37%), reajuste ou aumento do piso. Em terceiro, com 20,4%, aparecem itens relativos a alimentação, transporte e assistência médica. 


Tempo indeterminado
Sobre a "tática" dos movimentos, não houve mudança significativa de um ano para o outro. A maior parte (57,8%) foi por tempo indeterminado, enquanto 38,6% tiveram caráter de advertência. Outras 41 não tinham informações disponíveis. O perfil muda conforme o setor: no público, são 50,1% de advertência e 47,4% por tempo indeterminado. No privado, 25,4% e 69,7%, respectivamente.