Para Bolsonaro, mínimo é muito para quem paga

Para o governo Bolsonaro, além de não ter direitos o trabalhador também não precisa de dinheiro para pagar as contas. Após declarar que "o salário mínimo é pouco para quem recebe e muito para quem paga”, fica ainda mais claro a quem o presidente está servindo. 


Bem diferente do estipulado pelo governo, o salário mínimo ideal está distante da realidade dos brasileiros. Segundo o Dieese, para cobrir os gastos com saúde, alimentação, moradia, transporte e lazer, o valor deveria ser cerca de R$ 4.400,00, quatro vezes a mais do que o atual, R$ 1.045,00.  


O salário mínimo havia sido fixado em R$ 1.039,00, mas o governo decidiu reajustar, após a consolidação dos números da inflação para o ano de 2019 – que fechou em 4,48%, segundo o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) – ter superado as estimativas previstas. A variação se deu pela alta da inflação em dezembro, puxada pelo preço da carne e dos combustíveis.


Com o reajuste cobrindo apenas a inflação, o governo Bolsonaro põe fim à política de valorização do salário mínimo, adotada a partir de 2004, que garantiu ganho real de R$ 425,00 nos últimos anos.