Na reforma tributária, desconto deve ser progressivo

Em meio ao debate sobre a reforma tributária, é preciso pensar em uma tributação progressiva, ou seja, cobrar mais impostos sobre renda e patrimônio e isentar quem ganha até R$ 4 mil. Mas, hoje é justamente o contrário. Proporcionalmente, os pobres pagam mais do que os mais ricos. 


Na tributação regressiva, como ocorre, o governo recolhe mais recursos nos impostos sobre consumos de bens e serviços, pagos por toda a população, independentemente da renda. 


A arrecadação seria maior se houvesse imposto progressivo. Os 206 bilionários brasileiros contribuiriam mais para financiar serviços públicos. Outra saída é tributar os dividendos. As empresas repartiriam menos com os acionistas, fariam mais investimentos e gerariam mais empregos. 


Hoje, 51,3% dos impostos arrecadados nas três esferas de governo têm origem no consumo de bens e serviços; 25% na folha de salário; 18,1% na renda; 3,9% na propriedade; e 1,7% em demais tributos. 


Já os impostos sobre patrimônio representam apenas 3,9% da carga tributária. Outra coisa que poderia mudar é a tributação sobre heranças, que equivale a somente 0,2% da arrecadação. 


É por isso que o Brasil está entre os países mais desiguais do mundo. Os mais ricos seguem sendo os mais favorecidos, enquanto os mais pobres são cada vez mais onerados.