Bancos empurram os serviços para os clientes 

Utilizar a tecnologia para agilizar o atendimento nas agências não é problema. Mas, com desculpa de modernização, os bancos demitem e o cliente é obrigado a realizar os serviços sozinho na máquina ou através dos aplicativos no celular. 


O Brasil possui 242 milhões de celulares, quer dizer mais de um aparelho por habitante, incluindo smartphones, computadores, notebooks e tablets. Em 2018, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), 40% das transações bancárias foram realizadas via celular e 20% via internet. Mais da metade (60%) foi feita por canais virtuais. Nos caixas automáticos, foram realizadas 12% das operações. 


No ano passado, as unidades foram responsáveis por apenas 5% dos negócios. Com isto, o papel das agências muda. A digitalização das operações bancárias ameaça a manutenção de agências e postos de atendimento e coloca para escanteio o cliente que não tem internet ou que prefere o atendimento humanizado. 


Ao digitalizar as transações, como depósito, transferência e saque, mais funcionários são colocados para fora. Com o caixa eletrônico reciclador, que consiste no depósito inteligente, os bancos extinguiram a função de retaguarda, pois não é necessário envelope e a máquina reconhece a nota que cai automaticamente na conta. 


As empresas também utilizam ferramentas que incentivam que o cliente deixe de ir às agências. É o caso da BIA do Bradesco, assistente digital que responde dúvidas da clientela através do aplicativo do banco. Somente com propaganda do robô foram investidos milhões.