Bancos mandam. Governo Bolsonaro obedece 

O Brasil está entregue aos interesses do sistema financeiro. Após comemorar a aprovação da reforma da Previdência - que reduz o valor das aposentadorias e aumenta o tempo de serviço -, os banqueiros pressionam pelo aprofundamento da política de austeridade, por meio das reformas administrativa e tributária.


Em reportagem da Bloomberg, o presidente do BTG Pactual, Roberto Sallouti, é direto. Segundo ele, a reforma da Previdência, junto com a reforma administrativa "marcam etapas iniciais da estabilização financeira" nacional. 


Mesma opinião do presidente do Santander. Sérgio Rial diz ser "fundamental que o governo e o Congresso continuem a avançar em outras frentes, como as reformas administrativa e tributária". O presidente-executivo do Itaú, Cândido Bracher também pressiona e afirma que as mudanças nas regras para aposentadoria ainda são insuficientes.


As declarações deixam claro que o sistema financeiro quer mais e o governo está disposto a entregar. Bolsonaro, ministros e a maior parte do Congresso Nacional não estão preocupados em corrigir as distorções sociais, com geração de emprego e distribuição de renda. Interessa apenas agradar ao mercado. Nem que isso custe o emprego, a comida, os direitos individuais e coletivos, a educação, saúde e a aposentadoria de milhões de brasileiros.