Reforma trabalhista tira poder do trabalhador

O trabalhador brasileiro ficou mais vulnerável depois da reforma trabalhista e do governo Bolsonaro. Dados do Dieese comprovam. No primeiro semestre do ano, as greves tiveram recuo 41% ante o mesmo período de 2018. Foram 529 paralisações contra 899 no mesmo intervalo do ano passado.


A extinção do imposto sindical afeta diretamente o movimento. Muitos sindicatos perderam força para negociar com as empresas, que agora estão livres para fazer o que querem, inclusive reduzir os salários e tirar direitos. O cenário piorou com a agenda ultraconservadora do governo Bolsonaro e o clima de terror e perseguição instaurado nas empresas públicas.


Para se ter uma ideia, as paralisações no setor público apresentaram queda de 51%. No privado a redução foi de 27%. Os dados do Dieese mostram que as greves na esfera pública somaram 236 no primeiro semestre deste ano, contra 481 um ano antes. No setor privado, o número é um pouco maior, 268 entre janeiro e junho, contra 369 um ano antes.


Mas, outros fatores ajudam a explicar o recuo das mobilizações, como a crise econômica e o desemprego elevado. O Brasil tem hoje quase 13 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho. O pior é que não há perspectiva de mudanças no cenário. Até o momento, não há indicação de retomada do emprego e os efeitos da reforma trabalhista continuam a causar danos aos trabalhadores.