Bancos privados não tiram o olho do FGTS

Em meio a ameaças de mudança na gestão do FGTS, boa parte dos investimentos para as políticas públicas do país pode ser deixada de lado. Os motivos são óbvios. Até junho deste ano, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço gerou saldo de R$ 276,2 bilhões para a carteira habitacional da Caixa, despertando o interesse dos bancos privados. 


Nesta sexta-feira (13/09), o benefício completa 53 anos de existência que viabiliza ao povo brasileiro, através dos recursos, uma variedade de benefícios, como habitação popular, infraestrutura e saneamento básico. 


Só em 2018, foram destinados R$ 55,1 bilhões para habitação popular, R$ 496,1 milhões para obras de infraestrutura e R$ 2,7 bilhões para saneamento básico. Além disso, a Caixa repassou também R$ 107,5 bilhões aos trabalhadores brasileiros por meio do FGTS. 


Para completar, cerca de 33 milhões de trabalhadores recebem, a partir desta sexta-feira (13/09), o crédito automático de R$ 500,00 das contas ativas e inativas do FGTS. Fica cada vez mais claro os motivos pelos quais os bancos privados estão de olho no Fundo. 


Vale lembrar que, antes de as contas do Fundo de Garantia serem centralizadas na Caixa - em 1980 -, eram depositadas em muitos bancos, que negligenciavam o controle e não davam transparência sobre o uso dos recursos. Resultado: causava enormes prejuízos aos trabalhadores na aplicação dos benefícios. Com a pressão dos empregados, o FGTS ganhou novas atribuições em 1990 e passou a ser administrado pelo banco 100% público.