Crise? Que nada. Lucro vai a R$ 50 bilhões 

No Brasil, as desigualdades sociais e a concentração de renda voltam a crescer. A economia patina. O desemprego aumenta. O trabalhador tem renda achatada e perde direitos. Tudo vai mal. Menos para o sistema financeiro. Os cinco maiores bancos do país viram o lucro disparar e chegar a R$ 50,5 bilhões no primeiro semestre. Elevação de 20,7% em 12 meses.


Enquanto o cidadão rebola para sobreviver com R$ 998,00 e o desemprego afeta quase 13 milhões de pessoas, os números das organizações financeiras são muito positivos. A rentabilidade variou entre 15,6% e os ativos totalizam agora R$ 6,7 trilhões. A carteira de crédito das cinco empresas juntas chegou em R$ 3 trilhões.


A prestação de serviços e cobranças de tarifas absurdas aos clientes também rendem bons resultados. A arrecadação foi de R$ 69,9 bilhões em seis meses, crescimento médio de 4,5% ante o mesmo período de 2018. A receita cobre com folga as despesas de pessoal, inclusive o pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) aos bancários.  


Embora ganhem como nunca, os bancos continuam a cortar postos de trabalho. Uma política que não ajuda em nada a retomada do crescimento do país. Pelo contrário. Somente Itaú, BB e Caixa eliminaram 4.536 vagas em 12 meses completados em junho. O número de agências também segue em queda. O Itaú foi o que mais fechou, 199 em um ano, sendo 195 no segundo trimestre deste ano. 
Bradesco e Banco do Brasil fecharam, respectivamente, 119 e 48 unidades e a Caixa encerrou as atividades de 12 agências entre junho de 2018 e junho de 2019. As medidas pioram as condições de trabalho e de atendimento, deixando bancários vulneráveis a problemas de saúde e os clientes desassistidos.