Setembro amarelo: assédio moral adoece e mata

O assédio moral é tão comum na estrutura das empresas que, muitas vezes, acaba naturalizado e passa despercebido. A prática, no entanto, adoece e mata. A rotina alucinante, com cobranças, pressão, ameaças tiram o sono do trabalhador. Os bancários sabem. A categoria é uma das mais acometidas com doenças de cunho psicológico, resultado de uma política desumana.


Não é em vão que a depressão e outras doenças disparam. Dados do INSS revelam que entre 2009 e 2017 o índice de bancários afastados por transtornos psicológicos aumentou 61,5%. Esses casos, se não cuidados devidamente, podem ter como consequência o suicídio.  


Paralelamente, o trabalhador tem de lidar com as mudanças no mundo, as crises econômicas que tornam a vida muito mais difícil, o medo do desemprego e a intolerância. Tudo isso, compromete a saúde mental e pode levar ao suicídio. Os casos são mais comuns do que se possa imaginar, embora o assunto ainda seja tabu. 


Por ano, cerca de 800 mil pessoas no mundo tiram a própria vida, de acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde). É uma morte a cada 40 segundos. Os países em desenvolvimento concentram 79% dos casos. 


O Brasil é o oitavo da lista com maior número de mortes. Em 2016, foram registrados 11.433 suicídios, segundo o Ministério da Saúde. O problema vai muito além do contexto social e familiar. A naturalização do assédio moral no ambiente de contribui decisivamente para o elevado índice.