Depois de queda, cresce o trabalho infantil

Depois de alguns anos em queda, o trabalho infantil volta a subir no Brasil, impulsionado pela crise econômica e a agenda neoliberal imposta ao país, que aumenta o desemprego e as desigualdades sociais. Essa tendência ameaça o bem estar das crianças e prejudica os esforços para acabar com a pobreza e a fome. Os dados ajudam a elucidar.


Em 2000, cerca de 3,94 milhões de crianças e adolescentes de 10 a 17 anos exerciam funções de adulto. Graças aos programas de inclusão social desenvolvidos a partir de 2003 com o governo Lula e continuado com Dilma Rousseff, o número caiu para 1,8 milhão em 2016, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


Em 2017, um ano depois do golpe e com a política de austeridade, o número disparou e 2,7 milhões de crianças e adolescentes trabalhavam no Brasil. Aumento de 1,1 milhão em um período pequeno de 12 meses. 


A estimativa é de que hoje muito mais jovens sejam submetidos ao trabalho e estejam longe das escolas. Um problema sério, que tira o direito à educação, mas negligenciado. Isso porque não chega aos bairros de classe média das grandes cidades.


Normalmente, as crianças submetidas ao trabalho são negras, pobres e moradoras das periferias das regiões Norte e Nordeste. Por isso, o pouco caso comprovado nas palavras do Jair Bolsonaro. Para o presidente, trabalhar na infância não faz mal. Mais um dos muitos absurdos ditos pelo chefe do Executivo.