Crise prejudica os jovens de forma estrutural

Os jovens conseguem emprego formal cada vez mais tarde. O emprego de carteira assinada vira luxo e as dificuldades só aumentam. Em média, o trabalho chega apenas aos 28,6 anos, de acordo a consultoria iDados a partir das informações da Rais (Relação Anual de Informações Sociais). 

De 2006 a 2014, a idade média para entrar no mercado formal girava em torno de 25 anos. No fim de 2018, a taxa de desemprego do grupo na faixa etária entre 18 e 24 anos era de 25,2%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No Brasil a taxa foi de 11,6%. 

O jovem brasileiro é penalizado pela crise econômica, agravada em 2015, quando milhões de funcionários experientes e qualificados ficaram desempregados. A competição tornou-se desleal, visto que agora aqueles com até 24 anos, ainda inexperientes, concorrem com profissionais que aceitam salários mais baixos para se recolocar no mercado. 

De fato, uma questão estrutural que, inclusive, dificultará no futuro uma possível aposentadoria, já que começarão a contribuir de forma tardia.