Não há consenso sobre reforma da Previdência 

Aprovar a reforma da Previdência não é tão fácil como talvez o governo Bolsonaro pense. E se depender da resistência das forças progressistas não passará no Congresso Nacional. Segundo pesquisa feita pela empresa de consultoria Atlas Político para o jornal Valor Econômico, dos 308 votos necessários na Câmara Federal, o presidente só tem 95 a favor do projeto. 

De acordo com o levantamento, 145 deputados se dizem contrários à proposta, 54 apoiam parcialmente e 216 se dizem indefinidos. A verdade é que quem realmente apoia o projeto é o mercado e a imprensa comercial. 

Um dos argumentos utilizados pelo governo para aprovar a reforma é duvidoso. A projeção é de que haveria economia de R$ 1,1 trilhão aos cofres públicos em 10 anos com a aprovação da medida. No entanto, em juros da dívida, o governo pagou aos bancos e rentistas cinco vezes mais do que esse valor nos últimos 20 anos.

A reforma da Previdência não tem aceitação popular. Prevê 40 anos de contribuição para receber aposentadoria integral e idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres. Também cria o regime de capitalização, em que o trabalhador terá de abrir uma conta individual para fazer uma espécie de poupança e depositar um percentual do salário mensalmente.