Reforma libera demissão de bancário aposentado

A reforma da Previdência que o governo Bolsonaro tenta impor ao brasileiro é muito pior do que se possa imaginar. Um dos pontos da proposta prevê a demissão de empregados das estatais aposentados. Quer dizer, bancário aposentado poderá ser desligado automaticamente. 

A medida acelera o enxugamento do quadro de pessoal dos bancos públicos, ajudando a torná-los mais atrativos no plano de privatização das estatais. Um boletim do extinto Ministério do Planejamento aponta que as empresas públicas brasileiras têm cerca de 500 mil funcionários. Desses, 67,7 mil têm mais de 56 anos e já se aposentaram ou estão aptos a se aposentarem. Milhares fazem parte do quadro do BB e da Caixa.

Vale destacar que em 2006 o STF (Supremo Tribunal Federal) julgou inconstitucional um trecho da CLT, modificado em 1997, que previa a dispensa dos funcionários das estatais que se aposentavam. A política neoliberal imposta naquele período, com o governo FHC, entregou bancos importantes às empresas privadas, como o BANEB, Banespa e BANERJ.

Foram anos difíceis para os bancários. O neoliberalismo, imposto pelo capital internacional para reestruturação do capitalismo, fez um verdadeiro estrago e a categoria foi uma das que mais sentiu com as privatizações, o congelamento dos salários e o aumento do desemprego. 

Agora, com Bolsonaro, o cenário é ainda mais nebuloso. A proposta de reforma da Previdência, por exemplo, também aumenta a idade mínima e o tempo de contribuição para o cidadão ter direito à aposentadoria e cria o sistema de capitalização, que reduz o valor do benefício.