Governo barateia a mão de obra do trabalhador

A crise no Brasil está longe de acabar, embora a grande mídia insista em dizer o contrário. Basta observar nas ruas. Para fugir do desemprego que atinge 12,2 milhões de pessoas, os brasileiros recorrem à informalidade para sobreviver. Os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) confirmam.

De setembro a novembro do ano passado, 1,1 milhão de cidadãos passaram a trabalhar por conta própria ou sem carteira assinada. Com a alta, o número de trabalhadores informais - sem garantia ou segurança trabalhista - chega a cerca de 38 milhões.

Isso quer dizer que milhões não têm férias, 13º salário, FGTS, seguro-desemprego, nem mesmo o direito de adoecer. Para completar, o salário é rebaixado. Em muitos casos, apenas para sobreviver. 

O lamentável é que o horizonte não aponta melhorias e essa realidade pode atingir outros milhões, já que o presidente Jair Bolsonaro entende que a legislação trabalhista "tem de se aproximar da informalidade". Não custa lembrar que durante a campanha eleitoral chegou a criticar o 13º salário e as férias, direitos garantidos pelo regime da CLT. A carteira trabalho assegura ainda vale-transporte, faltas sem desconto do salário, adicional noturno, FGTS, licença-maternidade e a contribuição para a Previdência Social.