Trabalhador perde com regime de capitalização 

O governo tenta apressar a reforma da Previdência. A intenção é enviar em fevereiro ao Congresso Nacional. A proposta, diferente da que tramita atualmente na Câmara Federal, prevê o regime de capitalização, que gera prejuízos ao trabalhador.

O modelo não é inédito e nos países implementado não teve benefícios. Pelo contrário. É o caso do Chile. No país, o trabalhador mantém contas individuais em empresas chamadas de AFP (Administradoras de Fundos de Pensão). Depois de anos de trabalho, o valor recebido de aposentadoria chega a metade do salário mínimo. 

Segundo Superintendência de Pensiones de Chile, órgão estatal que controla o sistema de Previdência, a pessoa que se aposenta com salário de R$ 2.635,00 recebe entre, em média, R$ 660,00 (mulheres) e R$ 870,00 (homens). 

Hoje, o modelo brasileiro de Previdência consiste nas contribuições do governo, empregados e empregadores. Os subsídios passados pelas empresas são feitos através da folha salarial, que representa 70% da fonte de custeio.

Se o regime de capitalização for implementado, o sistema de proteção social será enfraquecido. No caso do Chile, a informalidade é tão alta quanto no Brasil e somente 40% dos trabalhadores conseguem se aposentar. Entre os que se aposentam mais da metade recebe benefício inferior ao salário mínimo. Ou seja, uma indústria de pobreza.