Bolsonaro sinaliza mais afago ao grande capital

O crescimento do trabalho informal, o desemprego em alta e a estagnação de emprego com carteira assinada são pouco para o governo. Para o presidente Jair Bolsonaro, para agradar o poder econômico, é preciso mais.

Depois de acabar com o Ministério do Trabalho, atacar o MPT (Ministério Público do Trabalho), disse, na semana passada, que estuda extinguir a Justiça do Trabalho. A declaração ainda é motivo de indignação. 

Em nota divulgada neste domingo (06/01), a Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público do Trabalho (Frentas), entidade que reúne mais de 40 mil juízes, promotores e procuradores, manifestou repúdio à medida. Segundo o comunicado, o fim da Justiça do Trabalho representa uma grave violação à independência dos Poderes.

A entidade diz ainda que "a Justiça do Trabalho não deve ser 'medida' pelo que arrecada ou distribui, mas pela pacificação social que tem promovido ao longo de mais de setenta anos. É notória, a propósito, a sua efetividade: ainda em 2017, o seu Índice de Produtividade Comparada (IPC-Jus), medido pelo Conselho Nacional de Justiça, foi de 90% no primeiro grau e de 89% (oitenta e nove por cento) no segundo grau". Na sexta-feira (04/01), a Anamatra, que integra a Frentas, já havia manifestado repúdio sobre o assunto.