Informalidade de novos ocupados chega a 74%

O aumento da precarização do trabalho é uma realidade, principalmente para os novos ocupados. No segundo trimestre deste ano, a informalidade atingiu 74,2% das 9,4 milhões de pessoas que começaram a trabalhar. Valor muito maior do que os 39% de taxa de trabalhadores informais em relação ao número total de empregados no país, que são 91,2 milhões. 

Apesar de o saldo final ter sido de 600 mil trabalhadores a mais no mercado de trabalho do primeiro para o segundo trimestre de 2018 - passou de 90,6 para 91,2 milhões -, a rotatividade continua alta. Enquanto 8,8 milhões que estavam ocupados ficaram desempregados ou saíram da força de trabalho, 9,4 milhões de inativos ou desocupados conseguiram um emprego. 

O setor privado contratou 22,6% (2,1 milhões) dos novos ocupados sem carteira e só 16,8% foram contratados com a assinatura do documento. Do total, 34,6% ou 3,3 milhões de pessoas foram trabalhar por conta própria, a maioria (86,2%) sem formalização e apenas 14% contribuiu para a Previdência.

Outro fator levantado pelo Dieese é que uma em cada cinco mulheres (20%) foi contratada como empregada doméstica no segundo trimestre, sendo que 887 mil sem carteira e 78 mil tiveram a carteira assinada. Dos homens, 39,2% foram trabalhar por conta própria (1,8 milhão) e 30% sem carteira assinada (1,3 milhão).

Os trabalhadores que ingressaram neste período possuem rendimento médio que equivale a menos da metade do que é pago no mercado de trabalho. Os novos empregados recebiam cerca de R$ 1.023,00, enquanto o mercado oferecia em média R$ 2.128,00 para o total de ocupados. 

Os dados do Dieese mostram que a maioria das pessoas ingressou em trabalhos precários. Resultado: maior informalidade, menor cobertura previdenciária, ocupações típicas de uma economia com baixo dinamismo, especialmente para as mulheres e rendimentos inferiores à metade do mercado de trabalho em geral.