Empresas impõem perdas e dificultam negociação 

Em um ano, a reforma trabalhista produziu diversos retrocessos para o trabalhador. Um dos ataques foi direcionado às cláusulas sociais das Convenções Coletivas de Trabalho. Após a lei, houve aumento no número de demissões por acordos, sem os sindicatos, com menos direitos para os empregados. 


Este ano, as campanhas salariais foram mais difíceis, com negociações duras e longas. Mais um saldo negativo foi a queda no número de acordos registrados no Ministério do Trabalho. De janeiro a julho de 2018, o recuo foi de 37,1% nas assinaturas de Convenções Coletivas e de 28,7% no registro de instrumentos coletivos.


Levantamento do Dieese mostra que, no último ano, as empresas foram para as mesas de negociações das campanhas salariais com pautas de retirada de direitos. A maioria (75,9%) queria o fim da homologação das rescisões nos sindicatos. 


Os patrões também quiseram impor o acordo individual para banco de horas e compensação da jornada (58,2%); estabelecimento da jornada 12h x 36h (45,6%); e parcelamento das férias em três vezes (40,5%).


Vale lembrar que a reforma trabalhista acabou com a ultratividade, ou seja, a garantia de manutenção dos direitos até a assinatura de um novo acordo coletivo. O fim do mecanismo dificultou, e muito, na hora de sentar para negociar. Afinal, primeiro, as entidades precisaram brigar pela continuidade das conquistas, pare depois reivindicar avanços.