Chile quer mudar previdência e o Brasil quer copiar

Após mais de 40 anos enfrentando um sistema previdenciário falido, o Chile começou a pautar nova reforma na previdência. Um ajuste técnico que quer proporcionar leve aumento nas pensões pagas atualmente. Enquanto isso, no Brasil, Bolsonaro pretende copiar o modelo que está prestes a ser modificado no país sul-americano.

É inadmissível que algo que deu errado para o Chile, que tem população de apenas 18 milhões, funcionará para o Brasil, um país imensamente maior com mais de 205 milhões de habitantes. As sugestões propostas pela equipe econômica do presidente eleito, liderada pelo guru Paulo Guedes, são surreais e perversas.

A nova proposta dos chilenos visa resolver o problema dos valores de pensões muito baixas em relação ao nível de vida das pessoas em vida ativa. O modelo atual é de capitalização individual, implantado em 1981. Na prática, o trabalhador tem de fazer uma poupança para ter direito à aposentadoria. No país vizinho, depois de poupar por mais de 30 anos, o cidadão recebe entre 30% e 40% do salário mínimo chileno, hoje em R$ 1.284,00.

O momento é de resistência. Apesar de todos os esforços para barrar a reforma até aqui parece terem sido inúteis, a mobilização ainda é a melhor saída para que os trabalhadores não sejam jogados ao léu.