Brasileiro toma empréstimo e atrasa prestação   

Como reflexo de uma política que não gera empregos e diminui a renda, os brasileiros estão tendo de fazer mágica para fugir da inadimplência. Muitos pegam empréstimos, mas não conseguem pagar e terminam com outra dívida. Mais de um terço (35%) que contrataram no último ano ficaram com nome sujo por atrasar as prestações. Até julho, foi constatado um total de 63,4 milhões de brasileiros com dívidas em atraso.

Segundo dados CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), dos 35% dos endividados, 20% já regularizaram a situação e 15% permanecem negativados. Nos últimos 12 meses, dois em cada 10 brasileiros (23%) fizeram algum tipo de empréstimo, desses 12% fizeram empréstimo pessoal em bancos e 7% em financeiras. Outros 14% optaram por empréstimo consignado em banco, principalmente entre o público com mais de 55 anos (27%), e 6% em financeiras.

Os brasileiros que não estão desempregados, sentem que a renda foi achatada. Mas como as dívidas não param de chegar, 24% que tomam empréstimos têm o objetivo de quitar os débitos, além de querer liquidar outros empréstimos, pagamento de fatura do cartão de crédito e prestações em atraso. Outros 19% utilizam o dinheiro para reformar a casa ou apartamento, 15% para abrir um negócio e 15% para viajar.

Nem todos conseguem tomar dinheiro emprestado. Dois em cada 10 consumidores (21%) tentaram fazer empréstimos nos últimos meses, mas apenas 9% conseguiram. Dos 12% que não conseguiram empréstimos, 45% estavam com restrição do nome em cadastros de proteção ao crédito e 27% queriam um valor maior do que suas rendas permitiram. A pesquisa ainda revela que 57% dos que tomaram empréstimo no último ano consideram que as taxas de juros cobradas pelos bancos e financeiras foram altas e abusivas.