Selic e as incertezas políticas mantêm juros altos

O cenário de juros que parecia começar a melhorar com as quedas da Selic desacelerou em função das incertezas políticas e da pressão externa. A chance real do brasileiro sentir no bolso uma redução efetiva dos juros desapareceu. A taxa do cheque especial bate na casa dos 320,96% ao ano e do cartão de crédito, 331,57%. 

O Banco Central diz se movimentar para baixar linhas como do cartão de crédito e do cheque especial, mas nada ainda foi definido. Um dos pontos que paralisa a redução de juros é a inadimplência. No Brasil, o número de pessoas com dívidas chega a 61,7 milhões, segundo dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e da CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).

É um dos efeitos da reforma trabalhista. A nova legislação retira direitos, achata salários, obriga o trabalhador a migrar para a informalidade. Tem também o desemprego elevado, consequência da política de austeridade do governo Temer. 

Tudo isso retira a capacidade de pagar dívidas adquiridas. Um verdadeiro efeito dominó que impede o país de avançar. Vale destacar que o Brasil é o primeiro do ranking de 40 países com juros mais altos, de acordo com levantamento da Infinity Asset Management.