Jovens devastados em um país sem empregos

O índice de desocupação entre jovens de 18 a 24 anos é quase três vezes maior do que entre quem tem 25 a 39 anos. Um traço econômico que deixará marcas profundas na geração, afinal chegaram ao mercado de trabalho no momento que as vagas deixaram de existir. 

Até o fim do ano passado, eram 4 milhões de jovens em todo país sem ocupação. Segundo dados do IBGE, a taxa de desocupação passou de 25% no final de 2017 para 28,1% no primeiro trimestre deste ano. São os filhos da crise. Um efeito devastador. A perda do emprego para os chefes de família dobrou desde 2012, quando era de 3,6%. Agora está em 7,4%. 

Além de perder o emprego, em caso de recolocação no mercado, o padrão de vida mudará drasticamente, afinal, a reforma trabalhista sucateou os salários, retirou garantias e direitos assegurados pela CLT, transformou os postos de trabalhos numa espécie de mão única de benefícios apenas para o patronato.

Dessa forma, os efeitos são mais nocivos aos jovens entre 18 e 24 anos do que se pode imaginar. Muitos estão se vendo obrigados a parar os estudos. Mais de 170 mil abandonaram os cursos de graduação entre 2016, ano do golpe, e o fim do ano passado. 

O governo Temer criou impactos futuros avassaladores, posterga a ascensão dos jovens através dos estudos, além de colocar em subempregos aqueles que já têm alguma formação acadêmica.