Enquanto o povo sofre, BC beneficia bancos

A crise que atingiu em cheio o país produziu impactos negativos não só para o povo, que perdeu emprego e renda, como para diversos setores da economia, que reduziram o nível de produção. O sistema financeiro, no entanto, não sentiu os efeitos da recessão. 

Os maiores bancos em atividade no país (Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander) tiveram aumento de 21% na lucratividade. O valor chegou a R$ 65 bilhões no ano passado. O crescimento nos ganhos teve a “cobertura” do Banco Central. 

Ao longo dos tempos, as elevações sucessivas na taxa de juros favoreceram o segmento rentista. Em 2016, os rendimentos financeiros somaram R$ 141,7 bilhões, 2,2 vezes mais do que o registrado em 2013 (R$ 65,8 bilhões), de acordo com o Ministério da Fazenda. Neste período, o BC subiu a taxa Selic de 7,25% ao ano para 14,25%. 

Ao passo que inibia o crescimento das atividades econômicas, protegia os detentores do capital. O sistema tributário, por exemplo, sempre privilegiou os afortunados.

Em 2017, a renda oriunda dos lucros e dividendos (R$ 350,3 bilhões) seguiu isenta do pagamento de Imposto de Renda. Diferentemente do que aconteceu com o assalariado, cuja renda mensal superior a R$ 2 mil (R$ 24 mil ano) implicou na necessidade de declaração.