Mais de 20 mil em ato pela democracia
As vozes eram muitas. Assim como o desejo de manter os avanços conquistados e, acima de tudo, a democracia. Nesta memorável quinta-feira (20/08), a avenida Sete de Setembro, em Salvador, ficou pequena para as cerca de 20 mil pessoas que foram às ruas em defesa da Petrobras, contra os ajustes fiscais e contra a tentativa de golpe que a elite conservadora tenta armar. É povo mais uma vez mostrando que sabe das coisas.
As bandeiras foram bem variadas. Desde Fora Globo, Por mais direitos, até Fora Cunha, Contra a ditadura e Pela Petrobras e emocionou muita gente. Até quem tem muita experiência em manifestações. É o caso do fotógrafo Manoel Porto. "Em mais de 30 anos de profissão, vi uma imagem dessa poucas vezes. Uma nas Diretas Já e outra no Fora Collor".
O protesto chamava atenção dos moradores que apareciam nas sacadas dos prédios e de transeuntes. Um deles o sociólogo Edson Neves, fez questão de falar sobre a tentativa de golpe. “Eles [elite e mídia] estão inconformados com os 12 anos de governo que levou o país para frente. São contra o acesso de negros e pobres às universidades. A elite quer a volta da casa grande e a senzala".
Sindicato marca presença
Os trabalhadores só conseguem avanço em ambiente de democracia e o momento exige posicionamento. O Sindicato dos Bancários da Bahia tem essa consciência e marcou presença na manifestação que reuniu cerca de 20 mil pessoas no Centro de Salvador, nesta quinta-feira (20/08).
É preciso deixar claro. O protesto é pela manutenção dos direitos, contra o ajuste fiscal do governo, em defesa da Petrobras, contra a pauta conservadora do Congresso Nacional, a exemplo da terceirização. Mas, também pelo respeito à democracia.
O presidente do Sindicato, Augusto Vasconcelos, reafirma. "É preciso mudar a política econômica. Não aceitaremos qualquer tentativa de desestabilização. Estamos nas ruas por mais direitos, por democracia e contra o conservadorismo".
Vozes de todas as partes
O movimento é feito do povo e para o povo. Lutamos pelo país e somos contra o ajuste fiscal e o constante aumento das taxas de juros. A crise é política, e a oposição quer retornar ao neoliberalismo agressivo.
Aurino Pedreira - presidente da CTB/BA
Essa manifestação tem a cara e o jeito do povo brasileiro e do trabalhador. O povo quer mudanças, principalmente reformas política, agrária e tributária. A diferença entre essa manifestação e a da elite é que aqui não tem ódio, tem esperança.
Everaldo Augusto - vereador
Estamos aqui contra o ajuste fiscal, que penaliza principalmente os mais pobres. Mas também contra o golpe.
João Dantas - Movimento dos Sem Teto
O governo foi eleito pela maioria do povo e isso tem de ser respeitado. Não vamos deixar passar o golpe.
Emanoel Souza - CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Lutamos contra as desigualdades sociais e somos a favor do governo que tirou o país da linha da fome. O governo que popularizou as universidades com criação das cotas, do Fies e do Prouni.
Jamile da Silva - UNE (União Nacional dos Estudantes)
O conservadorismo na figura de Eduardo Cunha não representa a luta do povo. Queremos o fim da violência contra a mulher, o fim do genocídio da juventude negra. A política econômica precisa mudar.
Liliane Oliveira - Marcha Mundial das Mulheres